Comecei a beber ainda jovem e logo me casei. Meu esposo ficava afastado de casa por vários dias devido ao trabalho em outra cidade. Eu ficava sozinha com meus filhos pequenos e muita preocupação. Já deprimida, necessitava de doses de bebidas pra dormir e, a cada dia, aumentava mais consumo.
Conseguia, pela força da presença de meu marido quando o mesmo nos visitava, ficar sem beber. Mas, logo após sua volta, começava tudo de novo. Morando em cidade distante dos parentes e já doente, meu esposo comprou uma casa na cidade de Patrocínio-MG, onde tínhamos parentes. Eu imaginava que os problemas seriam resolvidos, mas foi pior, pois meus parentes eram todos alcoólatras. Aí, é que eu bebia mesmo com toda liberdade. Tentei parar, mas consegui apenas por um período e logo voltava com força total. descontrolada, desentendia-me com meu esposo e batia nos filhos.
Foram várias tentativas de suicídio, e causando terror na vida da minha família. Não bastava tudo isso, veio a doença de meu pai que teve uma perna amputada e veio a morar comigo; eu, naquela bebedeira, não cuidava dele como deveria e, em certos momentos críticos, dizem que cheguei a dizer que precisava morrer, mas não podia, pois tinha um aleijado para olhar. Este era meu pai que tanto me amava. Após este incidente e refletindo muito, imaginei que precisava parar com a bebida. mas, parar como? Foi aí que aconteceu um milagre:
No portão da minha casa, passou um vizinho. Conversando, falei dos meus problemas, da ansiedade em que vivia e o que mais me preocupava era ter que parar com a bebida e não saber como. Eu não sabia que estava falando com um membro do A.A. Naquele momento, ele me convidou para uma reunião. Como o desejo de parar era imenso, aceitei o convite. Fui a reunião e vi que ali era o meu lugar. Saí dali já como membro de A.A. tudo isso ocorreu no ano de 1990.
Hoje sou feliz: sou avó e bisavó e posso afirmar que tudo isto aconteceu porque tive e continuo tendo a Graça do Poder Superior e as mãos amigas de A.A.
